Acompanhada do marido, Roberto de Carvalho, e do filho, Beto Lee, Rita sobe no palco novamente para tirar sarro das mulheres, na música Tão, reverenciar Gil e Caetano com Panis et Circensis, evocar um terror de mentirinha com Doce Vampiro e produzir seu próprio carnaval com Lança Perfume e Chiquita Bacana.
Rita Lee Jones Carvalho, com toda a disposição e os seus 62 anos bem distribuídos por eras da música brasileira, arranjou um tempinho para conversar e contar um pouco sobre partes marcantes de sua carreira, sobre o futuro do rock no Brasil e até mesmo sobre a internet e a polêmica dos downloads.
Tu tens mais de 40 anos de estrada, com mais de 400 músicas lançadas, é considerada a Rainha do Rock Nacional. Como você define a Rita de hoje?
Uriel, querido. Realmente não tenho distanciamento de mim mesma para me definir.
Tu fizeste parte do Tropicalismo com a banda Mutantes, esse movimento cultural foi essencial para impulsionar a modernização da música e da cultura nacional. O que tu achas que falta pros jovens de hoje para liberar esse radicalismo que existia naquela época?
Cada época tem a juventude que merece, não há porque cobrar nada da rapaziada de hoje.
Tu enxergas em alguma das bandas ou músicos de hoje, alguém que possa entrar para a história e quebrar a barreira do tempo, assim como tu fizeste e ainda Raul Seixas, Legião Urbana, Cazuza e Cássia Eller?
Confesso que não estou muito por dentro do que rola no salão musical planetário.
Nas tuas composições mais recentes, existe as músicas "Tão", "Se Manca" e "Insônia", que tem um "Quê" de reclamações e resmungos. Tu estas numa fase muito reclamona?
Melhorei muito, mas continuo com minhas implicâncias.
Tu adoras fazer releituras de músicas e repaginá-las. Como surgiu a ideia de transformar os Beatles, com I Wanna Hold Your Hand, em uma espécie de forró chamado O Bode e a Cabra?
Se você prestar atenção no bumbão de ringo verá que tem uma levada de forró, daí que foi um pulinho.
Hoje, a internet é um meio eficaz de divulgação de novos músicas, sejam bons ou ruins, quem decide sempre é o público, seja por myspace, por orkut ou qualquer outra lugar. O que tu achas de quererem acabar com a pirataria, ou os downloads?
Podem ficar querendo que não vão conseguir, a pirataria veio pra ficar, eu baixo filmes direto e minhas músicas estão liberadas.
Sou fã dessa mulher cara!
Ótima cantora!